DEPARTAMENTO DE MULHERES INDÍGENAS DO RIO NEGRO
PROJETOS E PARCERIAS
Esse é um projeto coordenado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) e realizado em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), o Observatório de Violência de Gênero no Amazonas (UFAM), e nós, Departamento de Mulheres da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro.
Trata-se de uma pesquisa colaborativa e exploratória, realizada desde 2018, que busca avançar na compreensão coletiva da violência contra mulheres indígenas, especialmente jovens, na cidade de São Gabriel da Cachoeira, no intuito de gerar mecanismos de contenção e prevenção.
No âmbito desse projeto desenvolvemos em conjunto com mulheres indígenas da cidade de São Gabriel da Cachoeira, a FSP/USP, o ISA e com a Delegacia de Polícia e o Conselho Tutelar, parceiros locais em 2020, a cartilha “Violência doméstica e violência sexual em tempos de pandemia – Redes de apoio e denúncias: você não está sozinha!”.
Esse material procurou evidenciar as redes de alianças que estavam sendo tecidas e produzidas pelas mulheres indígenas na cidade com o intuito de sensibilizar as mulheres de que elas não estavam sozinhas e que o DMIRN poderia auxiliá-las de forma a estabelecer relações com essas redes de cuidado.
Violência doméstica e violência sexual em tempos de pandemia – redes de apoio e denúncias: você não está sozinha!O curso de autocuidado, Mukaturu em nheengatu, elaborado pela parceria entre o Instituto Aleema com o Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro e o Instituto Socioambiental (ISA), no ano de 2021, teve como objetivo trabalhar a conscientização sobre os hábitos de vida e de alimentação, fortalecer e resgatar a alimentação tradicional apresentando os efeitos dos alimentos no corpo humano.
Esse curso foi extremamente importante tendo em vista que o Departamento de Mulheres, desde sua criação, procura incentivar e recuperar a autonomia financeira das mulheres através do trabalho com os artesanatos e aqueles realizados nas roças.
Nós, mulheres indígenas do rio Negro, entendemos que o autocuidado engloba a valorização da cultura e dos conhecimentos tradicionais. É na roça que encontramos os remédios tradicionais para cuidarmos do bem-estar de nossos parentes. Durante os 20 anos do DMIRN, lutamos e lideramos trabalhos relacionados às violências contra as mulheres e de enfrentamento à pandemia de Covid-19, mas, também, entendemos ser importante o cuidado de si para poder cuidarmos dos nossos parentes e de nosso território.
Site do projeto, que contou com o apoio da Onu Mulheres e da Nia Tero:
Oficina sobre Promotoras Legais Populares Indígenas teve como principal objetivo fortalecer a rede de mulheres, especialmente das bases, bem como das parcerias de colaboração do DMIRN para promover espaços de trocas e conhecimentos de estratégias de enfrentamento e incidência política relacionada às violências que atingem as mulheres.
Essa oficina foi fruto de uma parceria entre o Departamento de Mulheres, a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), o Observatório da Violência de Gênero no Amazonas da Universidade Federal do Amazonas (OVGAM/UFAM) e o Instituto Socioambiental (ISA). A oficina ocorreu em outubro de 2021 na cidade de São Gabriel da Cachoeira e contou com a participação de duas mulheres de cada região do rio Negro e de associações localizadas na sede da cidade.
Apoiada financeiramente pelo Fundo Canadá de Projetos, a oficina apontou dois encaminhamentos e prioridades para a agenda de atuação destes parceiros: 1. formulação e realização de outras oficinas, especialmente, nas comunidades indígenas; 2. elaboração e divulgação de um material informativo sobre a Oficina de Promotoras Legais Populares Indígenas que objetiva contribuir para o processo de fortalecimento da rede de mulheres rionegrinas e de formação de multiplicadoras de enfrentamento à violência contra mulheres.
Cartilha e formação produzidos em parceria entre DMIRN, DAJIRN e ISA tenta lidar com a problemática do uso abusivo do álcool na região do alto e médio Rio Negro.
Deslocado do contexto cultural e ritualístico, o uso da bebida alcoólica vem ganhando contorno preocupante.
A cartilha aborda o tema de forma intercultural e interinstitucional, abrindo para discussão formas de enfrentamento ao problema.
Desenvolvido pelo Instituto Socioambiental (ISA) e Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), o material foi elaborado em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Negro (Dsei-ARN) e com apoio de instituições do município.
O lançamento da Cartilha ocorreu em fevereiro de 2024, na Sala Dagoberto Azevedo – Suegu, na sede do ISA em São Gabriel da Cachoeira (AM), reunindo parceiros como a Diocese e órgãos da saúde e da educação.
Na sequência, houve uma semana de atividades de formação para que o conteúdo seja levado e discutido no território indígena. Essa etapa foi conduzida pelas antropólogas do ISA, Carla Dias e Dulce Morais, pela coordenadora do DMIRN/FOIRN, Cleocimara Reis, e por Elson Kene, então coordenador do DAJIRN/FOIRN. Os encontros reuniram articuladores e articuladoras de jovens e mulheres indígenas de todas as regiões do médio e alto Rio Negro da área de abrangência da FOIRN.
O antropólogo Bruno Marques esteve no lançamento da cartilha e participou das oficinas. “No tempo antigo, o uso da bebida era tido como uma prática de cuidado e saúde, fazendo parte de rituais com outros elementos, como os benzimentos”, reforça.
A terapeuta ocupacional, Maria Antonieta Dias, referência em Centro de Atenção Psicossocial – álcool e drogas (Caps-ad) — e redução de danos, participou da formação de forma remota.
Assita à videoaula que Maria Antonieta gravou especialmente para a formação no contexto do Rio Negro clicando no link.